quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Figurantes vão testar os serviços do novo terminal do Aeroporto de Guarulhos



Procuram-se 4.700 voluntários, metade homens, metade mulheres, a partir de 18 anos, que vivam de preferência em São Paulo ou Guarulhos, dispostos a atuar. Universitários são bem-vindos. O papel: ser passageiro de mentirinha do terminal 3 do aeroporto de Cumbica (Guarulhos, Grande São Paulo), a ser inaugurado em 11 de maio. Inédita no Brasil, a simulação de um terminal de passageiros pretende reproduzir situações reais de funcionamento. A intenção é detectar falhas, de modo a evitar problemas na abertura de verdade, a um mês da Copa. 

Os falsos passageiros farão check-in, passarão no raio-X, usarão as pontes de embarque e até entrarão em um avião -a TAM cederá duas aeronaves, uma que faz voos domésticos e outra que cumpre rotas internacionais. Em outra frente, as esteiras do check-in ficarão repletas de bagagens com jornais velhos, para testar a capacidade de funcionamento. Foram compradas 4.000 malas. Também serão usados areia, metais ou líquidos, para checar se os equipamentos de segurança detectam o que há dentro das bagagens. "Iremos reproduzir no período de testes a operação normal para antecipar os problemas que ocorrem e evitar que aconteçam na abertura", diz Antonio Miguel Marques, presidente da GRU Airport, que administra Cumbica. 

A concessionária investiu cerca de R$ 3 milhões nos testes. Na próxima terça, começam os teste de equipamentos, feitos por funcionários. O sistema de bagagens passa a ser testado a partir de 18 de março. Em 1º de abril, os primeiros "passageiros" entram no terminal -serão 150. A quantidade varia de acordo com o dia. No auge, serão mil passageiros ao mesmo tempo, em 17 e 29 de abril. Os últimos atuarão em 6 de maio, cinco dias antes da inauguração. O terminal 3 servirá a voos internacionais e abrirá com três empresas; até setembro, serão 25. Cada voluntário só poderá atuar em dois dias de teste, que serão das 9h às 17h30. 

SIMULAÇÃO 

Testes antes da inauguração são comuns no mundo. Reinhard Ziler, um dos consultores contratados, já esteve em simulações em mais de 20 aeroportos, entre os quais Munique e São Petersburgo. Serviços assim só existem porque descobrir uma falha com o aeroporto em operação é desastroso. Aconteceu, por exemplo, no aeroporto de Denver (EUA), nos anos 1990. Lá, o sistema automático de distribuição de bagagens quebrou no dia da inauguração. A abertura atrasou um ano e quatro meses. 

O recrutamento de passageiros para Cumbica começou há uma semana, pela agência Playcorp. Contratada pela GRU Airport, a empresa busca "pessoas que tem interesse em ajudar socialmente o Estado de forma positiva", diz a diretora Sabrina Elimelek. O mailing de Sabrina inclui igrejas, escolas de comissários de bordo e pessoas que compõem plateias de programas de auditório. Poucos mais de mil pessoas já se inscreveram. Instituições de ensino de São Paulo e Guarulhos também estão sendo contatadas. A participação de universitários contará como hora de estágio, diz Sabrina. 

A agência e a concessionária providenciarão transporte e alimentação. Os voluntários ganharão um kit com mochila, squeeze e boné. 

Interessados em participar do teste podem se inscrever pelo telefone (11) 3674-9411 ou por e-mail (thais@playcorpeventos.com.br).

Fonte: Folha SP e Estadão

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